domingo, 19 de outubro de 2008

Ilex aquifolium L.

Nomes comuns: Azevinho, Azevinho-espinhoso, Aquifólio, Espinha-sempre-verde, Pica-folhas, Pica-ratos, Teio, Vidreiro, Visqueiro, Zebro

Foto de 16/10/2008:


Exemplar: Planta envasada, oferta do Miguel e chegada ao Jardim em 16/10/2008.

Indicações de cultivo: Árvore ou arbusto de folha persistente, crescimento lento e porte médio que pode atingir os 15 metros de altura. Possui uma copa colunar larga, em geral densa. Os ramos verdes, inicialmente pubescentes, tornam-se depois glabros e brilhantes. As folhas, verde-escuras, são quase sempre espinhosas. A forma das folhas pode variar na mesma planta entre os ramos mais velhos e parte baixa com folhas espinhosas em oposição à parte superior e os ramos novos que podem ter folhas desprovidas de espinhos. O tronco é direito, os ramos horizontais, sendo que os inferiores frequentemente tocam o solo, permitindo assim a sua propagação por mergulhia. A casca do caule e dos ramos velhos é, em geral, de cor cinzenta, clara e lisa. Nos ramos novos a casca é verde. A floração dá-se de Abril a Junho. As pequenas flores, cremes ou rosadas, nascem em pequenos grupos nas axilas das folhas. É uma espécie dióica, tendo flores femininas e masculinas distribuídas por pés diferentes. Apenas as femininas produzen frutos, normalmente, de Outubro a Dezembro. A árvore pode viver bem na sombra de árvores maiores e não é muito exigente em relação ao tipo de solo. Gosta de estações com pluviosidade alta ou média, bem como de altitudes até aos 1300 - 1800 m. Renova bem pelo cepo, podendo viver cerca de 300 anos. Costuma encontrar-se espontâneo pelos matos, bosques, sebes e valados da Europa e Asia Menor. Em Portugal encontra-se mais frequentemente a Norte nas serras de Larouco, Barroso, Padrela, Alvão, Marão, Montemuro e Lapa mas também em Sintra e Monchique.

Uso medicinal: Ver ficha técnica

Cuidados e Contra-indicações: As bagas não devem ser utilizadas pois possuem uma substância - a ilicina - que as torna tóxicas. A sua ingestão provoca sintomas gastrointestinais de grande violência - vómitos, diarreia e dores intensas. As partes utilizadas em fitoterapia são as folhas e a casca.
 
Uso mágico-religioso: Pelas suas características de toxicidade e pelos espinhos que apresenta é facilmente reconhecida como uma planta de Marte, relacionando-se com o Elemento Fogo. É tida como sagrada em diversas tradições. Na Europa pagã esta árvore está associada ao Yule - solstício de Inverno - tradição esta que continuou a ser praticada, mesmo após a chegada do Cristianismo e até aos dias de hoje. Habitualmente é utilizada na decoração, lembrando a todos, com as suas folhas sempre-verdes, que mesmo na morte invernal existe a promessa do renascimento. Existem variadas práticas mágicas que utilizam o azevinho, desde o simples plantio de um exemplar para protecção da casa até à confecção de talismãs para atrair o Amor.

Outros usos: É muito usada como planta decorativa em jardins e sebes de jardins pois suporta bem as podas frequentes, sendo também muito resistente à poluição urbana. Existem muitas variedades ornamentais. A sua madeira é branca, homogénea, pesada e de boa qualidade, o que a torna muito cobiçada para uso em marcenaria. Pode, inclusivé, substituir o ébano se for tingida de negro. O facto de ser uma árvore muito apreciada e também muito procurada na quadra natalícia, fez com que actualmente se encontre em risco de extinção, sendo totalmente proibida a sua colheita no nosso País.

Sinónimo botânico: Ilex balearica Desf.

9 comentários:

Miguel disse...

Mais uma vez fico espantado com o que consegues desencantar sobre os usos das plantas. De facto acabamos por sentir que nunca sabemos tudo de uma forma ou de outra, e a melhor delas é aprendendo sempre coisas novas com os melhores professores :P. Obrigado pela informação! É preciosa, boa sorte para o pequenino.

O Profeta disse...

Contigo aprendo...

Doce beijo

Mar.garida disse...

Sim, já tinha ouvido dizer que de facto estava em extinção. Espero bem que isso nunca venha a acontecer! É de facto uma planta muito bonita e os bagos dão-lhe mesmo um ar de graça.

teresa g. disse...

Uma vez tentei semear e não nasceu um único. Pensei que talvez tivesse que passar pela tripinha de alguma ave (há sementes que só germinam depois de passarem pelo ácido dos sucos digestivos). Mas depois uma amiga disse-me que deitou fora um ramo de azevinho e que nasceram uma data deles no local.

Mais uma vez subscrevo o Miguel, a informação que colocaste é muito interessante!

Hazel Evangelista disse...

Realmente, é uma planta muito bonita. Quando vou ao Parque da Gandarinha/Marechal Carmona, em Cascais, fico sempre encantada e admirada com o tamanho gigastesco das árvores de azevinho que lá há.
Nem imagino quantos anos terão, pois sei que o crescimento desta planta é realmente lento.

NELIO disse...

Dama do lago tem algo para si em meu blogue logo que possa passe por lá.......quanto a essa planta nunca tive muita sorte com ela embora já tenha tido algumas ,mas todas morreram....

Dama do Lago disse...

Miguel: há sempre mais qualquer coisinha para desencantar ;)! Quanto à plantinha, um dia espero levá-la para o chão ;)!

Profeta: Aprendemos todos uns com os outros. Bem vindo ao meu Jardim (dá gosto ver por aqui um Pentagrama tão bonitinho, há-de me dizer onde o arranjou ;))

Margarida: é linda e cheia de tradições :)! Para mim é uma das plantinhas mais especiais deste Jardim :)!

Jardineira: pois... há quem tenha sorte!

Hazel: Se algumas árvores pudessem falar! Ou se as pessoas soubessem ouvir...

Nelio: Obrigada pelo selo :)!

Miguel disse...

Ainda bem que gostaste do azevinho, apesar de ir escondido com a sálvia =P. Por acaso a ideia com que fiquei é que resistem até bastante bem estas plantinhas, apesar do seu lento crescimento.

Dama do Lago disse...

Miguel, espero bem que ele se aguente porque vai ter de ficar com a Salvia até que eu consiga arranjar novos donos para algumas plantinhas... Ai, a varanda... parece um salpicão, de tão cheia que está :S